Aparelhos Auditivos: Um Desafio !
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Audição em Idoso: Desvendando as Necessidades do Paciente

2 participantes

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Vanessa


Admin

Boa tarde a todos,

No dia-a-dia o paciente idoso é o nosso cliente mais comum.
Geralmente não aceita as suas dificuldades, não quer ser
protetizado, tem grande influência familiar, baixa
discriminação.
Vamos estudar um pouco deste paciente tão especial. Eu sugiro
alguns textos e quem tiver dúvida estou disposta a ajudá-los.

http://www.cefac.br/revista/revista43/Artigo%206.pdf (texto 1)
http://www.rborl.org.br/conteudo/acervo/print_acervo.asp?id=1951
http://www.scielo.br/pdf/%0D/rboto/v71n2/a13v71n2.pdf

Eu tenho os textos se alguém não conseguir acessar pelo endereço
fornecido acima.

Conte algum caso complicado. Pergunte suas dúvidas.

https://aparelhosauditivos.umforum.net

marina



Estava lendo os arquivos e um parágrafo me chamou atenção ("Outro aspecto habitualmente notado é a incompatibilidade entre a perda auditiva e a queixa subjetiva que parece estar relacionada a fatores sócio-culturais e não somente orgânicos: alguns idosos negam a deficiência e alguns a supervalorizam.") e me fez lembrar de um caso: sexo fem; em torno dos 70 anos, perda SN moderada para severa AO, com discriminação em torno de 70% AO; meôprocurou por indicação do ORL para uso de AASI. Fiz opção pelo modelo extra 311, com molde invisível simples. Ela só pôde comprar 1 aparelho, pois não tinha condições para compra bilateral. Minha maior preocupação era a respeito da inteligibilidade da fala, já que sua discriminação estava bastante afetada e não estaria fazendo uma adaptação bilateral. Para meu espanto, esta paciente apresentou uma queixa significativa de reverberação. Suas palavras eram: " eu falo e ouço a voz repetir...tudo fica duplicado...tem outra voz dentro do meu ouvido" e outros comentários do tipo. Fiz várias modificações acusticas e de programação (entrei em contato com todos que podia imaginar: o pessoal da matriz - Lia, Vanessa, etc; professores, um engenheiro que trabalha comigo na área ocupacional; colegas de profissão..enfim...nenhuma idéia surtia efeito!)Resolvi então entrar em contato com o ORL dela e sugeri que ele fizesse novas investigações, pois a queixa dela era incompatível com seu quadro audiometrico. Ele aceitou minha sugestão e fez uma série de novos exames, entre BERA, TC...todos eram compatíveis com os resultados da audiometria e em nada combinavam com a queixa da paciente. Como última das opções, como nada de mais grave havia sido confirmado em seus exames, resolvi apelar para a psicologia. Comecei a lidar com ela como se estivéssemos tratando de diminuir sua sensibilidade ao som do aparelho, para que ela pudesse aos poucos ter maiores benefícios....foi uma longa jornada! de mt conversa, explicações, e de ouvidos dispostos a ouvir. hj esta paciente está mt bem, satisfeita com seu aparelho e, dentro das limitações que conhece, tem se sentido mais feliz por estar convivendo mais com seus familiares. é uma grande indicadora de novos clientes para mim e em breve fará sua compra de outro aparelho para que fique com uma adaptação bilateral. Coloquei esse caso para que possamos discutir tbm sobre isso: é importante estarmos atentos aos processos clínicos, e sobretudo aos fatores psico-socio-emocionais dos nosso idosos.



Última edição por marina em Qua Jun 03, 2009 1:09 am, editado 2 vez(es)

marina



Também é citado em um dos artigos: "Nossos resultados mostraram-se compatíveis com a queixa "ouvir e não entender" e sugerem alteração das vias auditivas centrais. A audição é senso multidimensional que envolve diferentes processamentos de sinais em nível periférico e central do sistema auditivo." Essa ainda é a pricipal dificuldade dos meus pacientes.A minha dúvida é o quanto os aparelhos e sistema de FM são eficazes em se tratando de alterações das vias centrais. temos dados epidemiológicos sobre esta questão?

Vanessa


Admin

O idoso é um cliente especial e comum na nossa clínica. O caso
acima provou isso e acredito que todos tenham um caso
semelhante. A intervenção com orientação sistemática foi uma
excelente alternativa que em variados casos precisamos lançar
mão no dia-a-dia.
Precisamos ouvir a queixa e buscar a resposta que neste caso nos
esforçamos para regular o aparelho e a solução foi usar a palavra.
O paciente pode chegar com uma alta expectativa ou nenhuma na
nossa clínica, então cabe a nós perceber isso e usar da ferramenta
mais simples e comum que é a orientação. Temos vários estudos
que reforçam a necessidade do aconselhamento e além disso envolver
a família deste idoso que também possue expectativas na protetização.
Neste paciente especial precisamos levar em contar os comprometimentos
motores e cognitivos. Lembram-se de processamento auditivo central .
O idoso tem uma degeneração e isso pode comprometer sensivelmente
a adaptação do aparelho auditivo.
Minha dica: nós precisamos ouvir o que eles têm a nos dizer e aí
selecionar a melhor alternativa. Podemos realizar adaptação de
aparelho e acessórios, mas o foco é atender as necessidades
do seu paciente.

https://aparelhosauditivos.umforum.net

Vanessa


Admin

Podemos estudar profundamente a questão da audição do idoso. Tenho
sugestões:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-72992004000600017&script=sci_arttext&tlng=pt
este texto é excelente para entender a reabilitação auditiva do idoso

http://www.rborl.org.br/conteudo/acervo/print_acervo.asp?id=1951
este texto fala do perfil do idoso tanto do ponto de vista periférico
quanto central

http://www.unifor.br/notitia/file/2148.pdf
perfil audiológico do idoso

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992002000100005
processamento auditivo central do idoso

O idoso volta a ser criança e precisa de atenção. Ele procura no
profissional a pessoa que irá entender suas dificuldades.
A carência é marcante neste população porque a família pode
não ter a paciência para entender qual o problema.

Lembrem-se a perda de audição é invisível e colocar o aparelho
auditivo será algo que irá indicar envelhecimento (que muitos
podem não aceitar) e pode ser terrível. Precisamos dismitificar esta
marca de aparelho auditivo é um problema.

Prometo estudar sobre o assunto questionado pela Marina e postar
alguns artigos que nos possam ajudar a entender nossos pacientes
idosos.

https://aparelhosauditivos.umforum.net

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